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Cheio de moral! Ricardo Gomes é o técnico de melhor desempenho do séc. XXI no Botafogo

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Fonte: Globo Esporte

tabela-botafogo2_p3LYuumRicardo Gomes perdeu a final do Campeonato Carioca para o Vasco, mas em nenhum momento teve seu trabalho questionado, seja pela torcida ou diretoria. O técnico está prestigiado tanto dentro quanto fora de General Severiano – nos últimos dias, chegou a receber e a recusar uma proposta milionária para dirigir o Cruzeiro. E os números ajudam a comprovar porque o comandante é unanimidade entre jogadores, torcedores, funcionários e dirigentes: ele é nada menos que o melhor treinador do Botafogo no século XXI, segundo dados da agência WSC Consultoria Esportiva.

De 2001 para cá, 25 profissionais já passaram pelo cargo de técnico. Nenhum foi tão eficiente como vem sendo Ricardo Gomes no clube. Em 44 jogos à frente do Alvinegro, o comandante tem 65,9% de aproveitamento após 26 vitórias, nove empates e nove derrotas. Desempenho superior até ao dos últimos campeões pelo clube na elite: Oswaldo de Oliveira, campeão do Rio de Janeiro em 2013, teve 57,3%*; Joel Santana, ganhador do carioca em 2010, acumulou 63,5%; e o menos famoso Carlos Roberto, técnico do título estadual de 2006, ficou com 52%.

Dos treinadores que não chegaram a erguer troféus no Botafogo, mas tiveram grandes desempenhos, estão: René Simões (63,9%), que dirigiu a equipe em 37 jogos no ano passado; Paulo César Gusmão (63,3%), comandante alvinegro durante apenas 10 partidas em 2005; e Cuca (59,6%), talvez o técnico de maior identificação com o clube neste século após 137 confrontos sob seu comando entre 2006 e 2008. Em termos de longevidade no cargo, Ricardo ainda está atrás de Oswaldo de Oliveira (132 compromissos), Joel Santana e Ney Franco (75), Levir Culpi (66) e Caio Junior (47).

Na ponta oposta do ranking, entre os técnicos de pior desempenho pelo Botafogo neste século estão, naturalmente, os envolvidos nos dois rebaixamentos do clube no Campeonato Brasileiro: Ivo Wortmann (36,6%) e Carlos Alberto Torres (33,3%) em 2002, além de Vagner Mancini (29,3%), em 2014. Porém, o desempenho mais negativo foi de Mário Sérgio, que comandou o time em apenas três jogos em 2007, no intervalo de uma passagem para outra de Cuca, e acumulou três derrotas, com 0% de aproveitamento. Seguido por Artur Bernardes, comandante alvinegro por seis partidas em 2002 e com só 16,6%.

O que chama a atenção no retrospecto de Ricardo Gomes é que o treinador está com uma porcentagem ainda maior na atual temporada do que na anterior, quando conquistou a Série B do Brasileiro e depois precisou reformular o elenco quase que por inteiro depois de 17 jogadores terem deixado o clube. Na campanha do título da Segunda Divisão, o comandante teve 62,3% de aproveitamento. Com o novo time em 2016, o rendimento sobe para 69,8%. Prestígio expressados pelos números e pelas palavras. Ao anunciar a permanência do técnico em General Severiano, o presidente Carlos Eduardo Pereira demonstrou sua enorme satisfação.

– Quando contratamos o Ricardo, fizemos com um propósito de um projeto de longo prazo. Trazer um treinador de gabarito internacional que pudesse conduzir o Botafogo para a Série A do Brasileiro. E assim foi feito. Foi um desafio para ele e para o Botafogo, e os resultados vieram ao longo de 2015 com o acesso e o processo de reformulação do elenco. E agora, um bom desempenho no Carioca que nos levou ao vice campeonato – disse, na última segunda-feira.

Pesou no “fico” de Ricardo a gratidão pelo Botafogo, clube que lhe abriu as portas após quatro anos afastado do futebol, por conta de um AVC em 2011. Apesar de perder o Carioca, não teve seu trabalho questionado em momento algum. Pelo contrário, é apontado como o principal responsável por levar o Alvinegro à decisão e é a maior aposta em um elenco sem grandes estrelas – à exceção de Jefferson – para repetir o bom desempenho na volta do Botafogo à Série A.

– Claro, não temos um time dos melhores anos do Botafogo, mas temos um time que briga à cada segundo. Isso é importante para a torcida. Esses jogadores têm qualidade, não têm a mesma dos grande ídolos do Botafogo, mas com qualidade e muita disposição. E isso foi mostrado no último campeonato (Carioca). Estou muito confiante, por isso eu resolvi apostar no trabalho com a comissão técnica, com a diretoria e vamos fazer um bom Brasileiro – afirmou o treinador em entrevista à Botafogo TV.

Ricardo poderia ter deixado o Botafogo “de graça”, pois em seu contrato não existia prazo e sequer multa rescisória. Mas após a investida do Cruzeiro, Carlos Eduardo Pereira fez um novo vínculo com o treinador, que passou a ter validade até o fim de 2017, quando termina a gestão do presidente, e houve ainda um aumento em sua remuneração dentro do orçamento do clube.

Há quem diga que Ricardo nunca pensou em sair, mas aproveitou a proposta do Cruzeiro para cobrar reforços da diretoria. Até o momento, o Botafogo contratou quatro jogadores, mas nenhum grande nome: Victor Luís, lateral-esquerdo do Palmeiras, Anderson Aquino, atacante ex-Linense, Marquinho, meia ex-Macaé, e Geovane Maranhão, atacante emprestado pelo Madureira. Apesar de o elenco já estar inchado, com mais de 30 jogadores, o comandante quer mais peças para encorpar o grupo para o Campeonato Brasileiro.

Jogadores comemoram permanência

A oferta do Cruzeiro, muito mais vantajosa financeiramente, balançou o treinador e preocupou a todos em General Severiano, dos dirigentes e funcionários aos jogadores. Tanto que o anúncio da permanência, na última segunda-feira, soou como um alívio nos corredores da sede alvinegra. E também fez o elenco comemorar.

– Muito bom. Treinador que tem o grupo na mão, conhece cada peça, sabe todo o jeito de o time jogar. Muito feliz com a permanência dele porque foi um treinador que me deu muita confiança. Mesmo com toda a desconfiança ele confiou em mim e me ajudou muito na chegada ao Botafogo – salientou Diogo Barbosa.

Uma das características mais marcantes do treinador é o aproveitamento da base. O elenco profissional conta com 16 jogadores pratas da casa, e os mais jovens mostraram serviço quando exigidos no campeonato estadual. O processo de dar quilometragem aos mais jovens passa pelas mãos e conselhos de Ricardo.

– Ele é um cara muito experiente, dá tranquilidade para os moleques que estão subindo da base e vai passando essa experiência. Isso é muito importante para a gente, para dar continuidade ao trabalho. Dá para a gente manter essa pegada aí e ficar firme no Brasileiro – disse Ribamar, de 18 anos e eleito a revelação do Carioca.

*Não está computado o jogo Botafogo 3 x 1 Náutico, do dia 09/10/2013, pelo Campeonato Brasileiro, pois o técnico estava hospitalizado.

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Escrito por botafogoneles

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