Futebol se resolve no campo, mas uma série de métodos de trabalho ajudam no bom desempenho dos atletas. No Botafogo, um departamento cresce a cada temporada como forte aliado da comissão técnica alvinegra. Antes direcionado à análise de jogos do Glorioso e seus adversários, a Análise de Desempenho alvinegra passou a observar atletas e passou a ser o S.I.F (Setor de Inteligência do Futebol).
O Botafogo conta com três analistas de desempenho que trabalham diretamente com o futebol profissional. Alfie Assis, Antonio Macedo e Vinicius Bispo são os responsáveis pela coleta de dados dos treinos, jogos, e jogadores observados pelo Botafogo. Tudo ligado diretamente à comissão técnica alvinegra. O analista Vinicius Bispo explicou a dinâmica.
– A principio o trabalho seria para análise do nosso time e dos adversários, mas a partir do momento da chegada do professor Antonio Lopes esse trabalho foi fortalecido e estendido na questão da análise de jogadores. Assim temos um setor de inteligência do futebol completo, com avaliações técnica e tática e física de atletas – explicou.
O ponto forte de ligação do trabalho da tecnologia para o campo é Jair Ventura. O auxiliar técnico é o responsável pela transferência dos dados para o treinador Ricardo Gomes.
– A integração é fácil porque o Jair trabalha com isso faz tempo e acredita nos resultados. Ele é o elo que transfere as informações que coletamos fora para dentro de campo. É um cara vivido no futebol e que passa bem essas informações para toda comissão técnica – disse Vinicius Bispo.
Com uma boa aceitação entre os atletas, o trabalho de análise de desempenho se tornou um parâmetro individual dos jogadores. Nas temporadas anteriores era normal observar jogadores coletando seus dados nos jogos diretamente com os analistas de desempenho. Com a cultura já instaurada no clube, Vinicius Bispo acredita que o bom costume deve continuar em 2016.
– Se torna uma avaliação mais direta, com mais precisão. Coletamos as informações e os atletas também buscam diretamente as avaliações conosco. Isso é importante, se interessam pelos números que alcançam. Também mostramos vídeos para eles, o que facilita a visualização de tudo isso no campo – contou o analista.
Com o trio de analistas formado no Botafogo, até o trabalho com os jovens vindos da base é facilitado. Vinicius Bispo explica a relação de identificação dos profissionais com o clube e o quanto a passagem pela base alvinegra ajuda na integração dos jovens ao time principal.
– É uma coisa que facilita o trabalho. Todos os jogadores da base que estão aqui hoje no profissional já trabalharam com pelo menos um analista de desempenho. Quando chega até aqui nós já sabemos das características individuais deles e de aspectos coletivos. Como gostam de atuar, participar do jogo… Tendo na base outros profissionais como nós facilita ainda mais a transição da base para o profissional. Já conhecemos o tipo de jogador que está sendo formado, de que forma pode acrescentar e como precisa ser trabalhado para render o que o clube espera – finalizou Vinicius Bispo.
Escola Botafogo de Análise de Desempenho
Alavancada em 2012 pelo então Analista de Desempenho Marcelo Xavier, a análise de desempenho do Botafogo só evoluiu. Thiago Larghi, analista da seleção brasileira, e Gabriel Oliveira, também fizeram parte do trabalho que começou a ganhar força na passagem do treinador Oswaldo de Oliveira no Botafogo.
A partir de 2013, o Botafogo passou a descobrir seus próprios talentos e de fato formou analistas de desempenho. Alfie Assis foi o primeiro a encabeçar a lista e chegou ao futebol profissional após bom trabalho nas categorias de base. Atualmente o departamento conta também com Antonio Macedo e Vinicius Bispo, que seguiram o mesmo caminho e também chegaram ao profissional.
Na base o trabalho segue firme e o elo com o futebol profissional é feito através do analista Rodrigo Mira, responsável pelos dados de todas as categorias.
Marcos Silva
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